Augustiano Xavier
8 º semestre
O Programa Ronda do Quarteirão que, segundo o próprio site do Governo do
Estado, define-se como uma nova estratégia de fazer polícia no Ceará, vem
frustrando muitos cearenses. Pautado por uma filosofia de polícia comunitária,
uma polícia mais preparada, próxima das comunidades, com objetivo de
garantir a segurança e a sensação de paz, o programa hoje é posto em
cheque pela sociedade, que ainda não busca resposta com relação aos reais
resultados obtidos com a implementação do programa.
Atualmente, o tema violência vem sendo debate por toda a sociedade. Não é
difícil encontrar quem não esteja preocupado com os altos índices de crimes
que vem ocorrendo pelo estado do Ceará. Segundo a Secretaria de Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS), os casos de homicídios dolosos (quando
há intenção de matar) aumentaram, por exemplo, em 33% entre os anos de
2011 e 2012, passando de 2.667 para 3.571 assassinatos. Movimento bem
semelhante são os gastos com segurança pública. Em 2011, a verba ficou em
R$ 964 milhões (4,88% do orçamento) e, em 2012, passou para R$1,4 bilhão,
7,51% do total.
Em operação desde o dia 21 de novembro de 2007, o Ronda do Quarteirão
acumula uma série de criticas e avaliações negativas sobre sua real eficiência
no combate ao crime e a violência no estado. As criticas são muitas, viaturas
luxuosas e caras, despreparo dos policiais, e os alto custos que se investe para
resultados tímidos.
Para Elinardo Junior, morador do Conjunto Esperança, o programa começou
bem, mas foi se perdendo do caminho. “ Nos primeiros anos percebi uma certa
tranquilidade. A população se sentia mais tranquilo e com uma maior sensação
de segurança. Agora, estamos nos sentido inseguros e com medo de transitar
pela cidade”, relatou.
Uma das queixas mais comuns e que vem se tornando uma constante é a
demora ou o não atendimento das ocorrências. Moradores alegam que quase
nunca conseguem concluir a solicitação de uma viatura em virtude de não
serem atendidos pelos telefones do Ronda.
Para Maria Fátima, moradora do Mondubim, o que a população espera é uma
urgente e efetiva qualificação do programa, formando melhor os profissionais
do Roda do Quarteirão. “É fundamental garantir mais policias nas comunidades
e mais treinamento para eles. Só assim será possível reconquistar a confiança
da população que acreditou no programa e que hoje está descrente” ressalta.
Ao assumir como novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social
do Estado, o delegado Servilho Paiva, deixou claro que o projeto Ronda do
Quarteirão, carro-chefe da segurança do Governo do Estado, precisa de uma
nova divisão geográfica e que, se depender dele, irá estruturar e modernizar o
projeto.
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