Limpeza de pele, depilação, cuidados
com sobrancelhas e cabelo não são preocupações exclusivas do público feminino.
Pelo menos não mais. É o que revela uma pesquisa realizada nos Estados Unidos e
Inglaterra, há alguns meses.
Os homens estão entrando para o time
da vaidade, antes ocupado somente por elas. Mais assíduo nos salões de beleza e
lojas de cosméticos, o público masculino passa a ser um novo e crescente nicho
na seara da indústria da beleza.
Rotulados por alguns (às vezes de
forma pejorativa) como “homem moderno”, os homens que se preocupam um pouco
mais com a própria aparência pagam certo preço por isso. Chacotas, piadas e até
questionamento sobre a sexualidade deles. Qualquer vaidoso ouve ou já ouvia
coisas do tipo.
Homem que é homem não liga pra
beleza. Assim pensa grande parte da sociedade machista brasileira. É o que diz
a psicóloga Tássia Ramos, 27. “Trata-se de uma questão cultural. É disseminado
no Brasil o pensamento de que ‘mulher se cuida e homem não’. E isso pode se
apoiar em muitas colunas, mas, certamente, o machismo social é o maior pilar”,
explicou.
O rechaço e preconceito que os vaidosos sofrem é comum a tudo que é novo. Tássia aponta três reações para uma quebra de paradigma: “Algumas pessoas aceitam, outras ficam curiosas, mas a maioria não admite”. Ela conclui ressaltando a dificuldade que as pessoas têm de experimentar o novo.
O rechaço e preconceito que os vaidosos sofrem é comum a tudo que é novo. Tássia aponta três reações para uma quebra de paradigma: “Algumas pessoas aceitam, outras ficam curiosas, mas a maioria não admite”. Ela conclui ressaltando a dificuldade que as pessoas têm de experimentar o novo.
Alguns espaços tornam mais difícil
ainda para o homem cuidar da beleza sem ouvir uma “brincadeirinha” aqui ou uma
piada ali. Profissões fortemente ligadas à figura do homem inibem a vaidade
deles.
Os gramados de futebol, por exemplo,
tem essa característica. Tanto que o esporte é predominantemente praticado por
homens. Mas o goleiro Diónantan Kipper, 28, que joga no Ceará, não vê problemas
em ser atleta e vaidoso.
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Vaidoso assumido, Diónantan diz que jogadores de futebol cuidam sim da aparência | Foto: Divulgação |
“Já ouvi umas piadinhas, uns
cochichos, mas nunca me importei”. Foi dessa forma que o goleiro encarou o
preconceito que um dia já sofreu (garante que hoje não mais) por se preocupar
com a aparência.
Diónantan é um vaidoso assumido. Não
sai de casa sem usar ao menos um protetor solar, um creme para a pele e outro
para os cabelos. Não gosta de pelos e por isso depila o corpo. Cuida também da
alimentação e do físico.
Para o goleiro do Ceará, aparência
está diretamente ligada à saúde, higiene e bem estar, por isso os homens
deveriam colocar o preconceito de lado e se cuidar mais. É esse pensamento que
o faz gastar pelo menos 20% do que ganha em estética.
Todo esse trato com o visual fez
Diónantan conseguir espaço em outro mercado. Nas horas em que não está nos
treinos do Vovô, ele faz trabalhos como modelo.
Quanto ao mistificado mundo da bola
(quando o assunto é vaidade), Diónantan faz uma revelação: “é bem minoria”. Ele
conta que muitos não assumem ser vaidosos, mas, ao fim dos treinos e jogos, se
recolhem num cantinho do vestiário e passam seus cremes e demais cosméticos,
rapidamente, sem chamar muita atenção.
Brenno Rebouças
Brenno Rebouças
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