O professor no
Brasil precisa ser elevado ao seu potencial máximo para que a qualidade do
ensino no país melhore em todos os níveis
As
escolas estaduais apresentam hoje um quadro relevante no país, pois mesmo
considerada de nível inferior à rede privada, elas evoluíram em relação ao
ensino fundamental. Entretanto, alunos, gestores e professores ainda enfrentam
graves obstáculos.
A
qualidade do ensino público estadual pode se dar pela falta de investimentos na
educação, devido à ausência de infraestrutura perante as escolas, a baixa
remuneração dos docentes e a violência são alguns fatores que agregam ainda
mais os maus resultados. As greves que ganham força no país reivindicam
melhorias salariais, segurança, plano de carreira, etc.
O
professor da rede estadual no Ceará, que tenha apenas graduação em seu currículo
nível um, ganha no final do mês cerca de R$ 2.117 reais incluindo a remuneração
de R$ 720 do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB),
a chamada Parcela Variável Redistributiva (PVR), que tem por objetivo uma
melhoria remunerativa para os professores ativos no estado, melhorando o plano
de carreira.
Porém, para ele
subir de nível, precisa esperar três anos, quando acaba o estágio probatório, tempo pelo qual
o professor concursado de
provimento efetivo passa por um processo de avaliação no cargo. Após isso, ele sobe para o nível dois, a partir
daí, ele entra na progressão horizontal, passando de nível de dois em dois
anos.
O professor que fizer cursos e especializações pode chegar no
nível 12, depois de 24 anos, mas se ele fizer o mestrado logo após sua
graduação, seu nível pula direto para o 13, podendo chegar ao nível 15, do 16
ao 18 somente para doutorados. Depois de 34 anos de estudo para ganhar
aproximadamente R$ 6.075 reais. Com a profissão desvalorizada assim, falta de recursos,
baixa remuneração, falta de investimentos, o professor se submete a aplicar o
básico em sala de aula.
A professora Alexandra Carneiro Rodrigues, Especialista em
Literatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), há sete anos concursada
do Estado, e que sempre estudou em escola pública estadual disse que hoje os
investimentos na educação são mais relevantes que há alguns anos. “É preciso
ressaltar, no entanto, que há muito para ser melhorado. Estamos longe da escola
pública ideal,” afirmou.
Na Escola de Ensino Médio Manoel Senhor de Melo Filho, no
Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza, a infraestrutura deixa a desejar.
Banheiros precários, falta de espaço, não há quadra esportiva, ventiladores
barulhentos, etc. Os recursos recebidos referente à serviço que o FUNDEB
repassa, não são suficientes para suprir as necessidades. A professora
Alexandra, vive de perto esta realidade, há seis anos ensinando língua
portuguesa e espanhola, afirma que a falta de infraestrutura interfere
diretamente no aprendizado dos alunos. “A escola ainda não é agradável para o
aluno e isso, também, dificulta na aprendizagem. Às vezes, sinto dó dos meus
alunos,” disse.
As escolas profissionais do Ceará apresentam um diferencial em relação à infraestrutura das escolas regulares.
Possuindo um padrão elevado e de qualidade na estrutura física, esse tipo de
escola oferece aos alunos um curso profissionalizante no decorrer do ensino
médio e um estágio supervisionado no final do curso. Sua grade curricular
também se diferencia da escola regular, pois a escola profissional é de tempo
integral, fazendo o aluno ter dez aulas por dia.
Entretanto, o governo vem trazendo nos últimos anos, diversos
projetos para colocar o aluno da rede estadual dentro da universidade. A missão
dos governantes é “casar” seus projetos, melhorar a estruturação das escolas e
valorizar os professores. Assim, talvez, a qualidade do ensino chegue ao nível
das escolas particulares e recupere aqueles que não obtiveram bons resultados
na rede municipal.
O texto é interessante e apresenta um infográfico que ilustra bem a falta de estímulo à carreira de professor. No entanto, apresenta poucos hiperlinks.
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