A falta d’água tem preocupado milhares de pessoas que vivem em São Paulo. Os principais reservatórios do Estado chegaram a níveis baixíssimos – alguns atingindo recordes históricos negativos –, operando através das cotas do volume morto. É bem verdade que as chuvas das últimas semanas elevaram os níveis das principais represas paulistas; entretanto, a situação, segue crítica, e o cenário não deve melhorar nos próximos meses.
Um
dos principais fatores para o esgotamento da água no Sistema Cantareira foram
às baixas chuvas de verão – que dura de janeiro a março – nos dois últimos
anos. Em 2014, choveu menos da metade do esperado para o período, o que agravou
ainda mais a situação. Para o pesquisador do Inpa, Antônio Nobre, a falta de
chuvas na região se deve ao desmatamento desenfreado da Floresta Amazônica,
responsável por bombear para a atmosfera a umidade que vai se transformar em
chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. “Está
mudando o clima. A gente vê isso acontecendo na Amazônia. Tem muitos trabalhos
mostrando que a extensão da estação seca está se prolongando”, diz.
O
crescimento da população também contribuiu para este cenário alarmante. De 4,8
milhões em 1960, o número de habitantes na capital paulista saltou para 11,8
milhões em 2013. O que gerou graves problemas urbanos que são frequentemente
debatidos por especialistas e apontados como desencadeadores da crise: poluição
dos rios, verticalização, impermeabilização do solo, falta de planejamento,
sobrecarga do sistema de abastecimento e coleta. De acordo com a Sabesp, estima-se
que 25 % da água se perca no caminho entre as distribuidoras e as torneiras de
água em São Paulo.
Para
Gabriela Yamaguchi, gerente de campanhas do instituto Akatu, que atua na
promoção do consumo consciente, as medidas de curto prazo já foram tomadas e
agora o que resta é o rodízio de abastecimento e economia de água por parte dos cidadãos. “Esse cenário não vai ficar só
em 2015. Devemos permanecer pelo menos dois anos com pouca chuva. Portanto, a
situação dos reservatórios não vai melhorar no curto prazo”, afirma Gabriela.
O
engenheiro Julio Cerqueira Cesar Neto, especialista na área hídrica, reforça o
diagnóstico e a previsão de consequências graves: “Quando acabar o volume morto do Cantareira deixaremos de ter
cerca de 30 metros cúbicos por segundo. Esse é o tamanho do problema. E não tem
de onde tirar esse volume de água num curto prazo”, diz. O cantareira teve um corte de 56% na vazão se comparado a 2014. A quantidade de água fornecida passou de 31,77 mil litros por segundo para 14,3.
Caso
esse cenário se concretize, Gabriela acredita que a prioridade será dada para
serviços essenciais, como hospitais, polícia, bombeiros e escolas. “Em outros
locais, como shoppings, é possível que haja uma redução do horário de
funcionamento. Também já ouvimos entidades empresariais falarem em férias
coletivas para os funcionários, devido à falta d’água”.Entretanto,
a representante da Akatu, tem esperança de que a situação ainda possa ser evitada se
todos trabalharem em conjunto. “Para que não se chegue a isso, é preciso ter mais
coordenação no diálogo. Não é possível esperar que só uma campanha de
diminuição de consumo da população resolva o problema. Precisamos da
participação do setor industrial e do agronegócio”, conclui.
Diante desta situação apontada por especialistas, fica clara a urgência da conscientização tanto das autoridades quanto da população para melhor tratamento e utilização da água; pois, se assim não for, certamente, esse bem natural estará em falta num futuro próximo.
A matéria apresenta um bom conteúdo na medida em que explora causas, consequências e medidas para enfrentar o problema da falta de água. Contudo, ao meu ver, não apresenta uma linguagem jornalística apropriada. As informações mais importantes não se encontram no lead, fugindo do formato da pirâmide invertida. Quanto aos hiperlinks, há poucos (apenas dois internos). Além disso, a formatação do texto está confusa, com vários tipos e tamanhos de fontes.
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