O celular e o jornalismo

Desde o surgimento do aparelho celular, as principais empresas fabricantes desses meios de comunicação vêm se superando e melhorando, a cada dia, as funções desse equipamento. Nos primórdios da telefonia celular, seu funcionamento se limitava a realizar ligações. Hoje, eles viraram verdadeiros computadores portáteis e apenas contribuem para a melhoria de determinadas áreas.

Uma dessas áreas que se beneficia – ainda há dúvidas se é benefício ou malefício – com o desenvolvimento do celular é o jornalismo. Com o aumento da portabilidade, os conceitos de emissor e receptor ficaram distorcidos e se misturaram. Com as novas tecnologias, todos podem ser emissores e receptores. Essa mistura atingiu as bases do jornalismo.

Com um celular na mão, uma pessoa pode tirar fotos, gravar vídeos ou áudios, acessar as redes sociais e compartilhá-los com as mais diversas camadas sociais. Essa fácil reprodução e o grande alcance dos conteúdos digitais facilitaram o trabalho dos jornalistas, pois com um maior número de informações sendo produzidas, conseguir dados é mais fácil.

Segundo uma pesquisa da Pew Research Center, 36% dos americanos consomem notícias via celular. Preocupados em alcançar essa camada que incluiu o celular no dia a dia, os produtores de notícias passaram a produzir conteúdos exclusivos para esses aparelhos, por meio de aplicativos ou da adaptação de seus portais. Isso deu maior possibilidade de interação dos receptores com os emissores e mais facilidade na divulgação dessas informações, que pode ser realizada em tempo real.
    “O desafio para os jornalistas e veículos vai além de se dar contar de que precisam apresentar seu trabalho nestas mídias. O desafio é saber como fazê-lo de maneira efetiva. As mídias móveis não são simples páginas web menores.  Perde-se audiência se as histórias, fotos ou vídeos produzidas para a web são vistas em um celular”, comenta Gary Kebbel, professor na Universidade de Nebraska.

Quando se trata das consequências que o celular causa ao jornalismo, o crescimento do jornalismo colaborativo é um deles. Jornalismo colaborativo é a quebra do paradigma de que somente o jornalista pode produzir notícias. Com o desenvolvimento, principalmente, das redes sociais, os usuários passaram, também, a divulgar informações. Mas, sem possuir os conhecimentos que só um jornalista formado tem. Com essa prática, muitas vezes, as notícias que os usuários produzem acabam distorcendo ou “apagando” aquelas que o jornalista fez, tendo a preocupação de checar as informações e ouvir todos os lados da história.

É preciso se perguntar o quanto o celular atingiu os demais meios de comunicação já que, com o seu desenvolvimento, é possível ter rádio, TV e notícias de um jornal impresso em um só local. Esse é assunto para outro momento, por enquanto, é importante ter em mente que o celular mudou a maneira de se fazer jornalismo. Causando alguns danos ou realizando melhorias, a portabilidade das notícias facilitou o acesso de muitos à informação.