Quem é usuário de aparelhos eletrônicos, principalmente dos smartphones, vive um drama com relação ao tempo de vida dos objetos: a obsolescência programada é uma tática mercadológica que, mesmo sendo moralmente errada, aumenta as vendas e o lucro das empresas. Dessa forma, o cliente é forçado à aceitá-la se quer ter o produto. Mas o que seria a obsolescência programada?
Essa
jogada de marketing consiste em dois métodos, onde o primeiro é sempre lançar
novas versões dos produtos, alegando serem mais "avançadas", para
induzirem a compra do consumidor, porém fazendo isso num curto período de tempo
entre um lançamento e outro. Já a segunda forma é, na produção do objeto,
fazê-lo ter um "período de validade" marcado pela própria empresa e
não pela vida útil real do produto. Dessa forma, após alguns meses ou anos, o
aparelho simplesmente para de funcionar e o cliente é obrigado a comprar um
novo. Essa tática aquece e acelera o mercado, mas é maléfica à quem está
comprando.
De acordo
com o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), em pesquisa realizada no início
do ano, 91% dos usuários de celulares e smartphones já tiverem outro aparelho
do tipo e a média de tempo para descarte é de 2,6 anos, a mais baixa dentre
todos os produtos avaliados, como fogão e computador. Os celulares são os
únicos aparelhos que a taxa de pessoas que guardam depois de parar de usá-lo é
a maior, com 41% dos usuários preferindo mantê-los em casa. Da mesma forma, o
número de pessoas que descartam o aparelho também é bastante alto: 13% dos
entrevistados. O dado que mais preocupa é o de onde os smartphones são
descartados: 38,5% dos consumidores jogam seus celulares no lixo comum.
O tema da
obsolescência programada sempre esteve em pauta, mas com a popularização dos
smartphones ele voltou a ser debatido realmente. No caso dos "celulares
inteligentes", as empresas sempre lançam novas versões de seus aparelhos.
Entre o novo modelo e o velho não mudam muitas coisas, mas a necessidade do
consumidor de ter o aparelho de última linha ou com um serviço específico o faz
querer a nova versão, mesmo que tenha comprado a antiga à poucos meses. Isso
gera uma produção exacerbada, um consumo exacerbado e, por fim, um descarte
exacerbado, gerando milhares de aparelhos que "não possuem mais
utilidade" por meros detalhes.
Com razão,
os consumidores estão cada vez mais contrários à essa prática. Para o usuário
Davi Joventino, que já possuiu mais de três celulares, de marcas diferentes, no
último ano, a prática é um desrespeito para quem sustenta a empresa, que é o
próprio comprador. "O produto é de qualidade comprovada, mas eles acabam utilizando esse ponto positivo para ludibriar o consumidor", disse o usuário. Segundo ele, faz parte do mercado capitalista, mas é exploratório.
por André Nina
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