quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Storify põe em xeque ‘jornalismo cidadão’

Criado pelo jornalista But Herman e pelo engenheiro Xavier Dammam, o Storify é como um blog. A diferença é que o website permite a construção de narrativas por meio do recorte direto de informações variadas provenientes de redes sociais como Twitter, Facebook, Youtube, Instagram, Flickr, Google Plus, entre outras. Além disso, a ferramenta oferece ao usuário a opção de publicar seus textos de forma compartilhada – com todos os outros usuários da internet – ou de forma privada – apenas com aqueles que possuírem o link do texto. 

Parece ser uma fórmula simples, mas o fato é que o website tem potencial para ser um bom canal de proliferação de informações colaborativas. Funciona como uma espécie de esfera pública moderna, onde todos têm a oportunidade de expressar sua opinião e construir uma argumentação com base e comprovação nas opiniões de outras pessoas. Opiniões, estas, despreocupadamente publicadas em redes sociais.

A editora-chefe do portal Terra na Espanha, Carmela Ríos, entende o uso de informações veiculadas nas redes sociais como aproveitável, mas não completamente confiável. “É um lugar que pode ser uma fonte, de utilidade bastante significativa. Não acredito no jornalismo cidadão” disse a jornalista em entrevista ao portal Terra, ao falar sobre o Twitter como fonte genuína de notícias.

Na mesma oportunidade, But Herman, também jornalista e um dos criadores do Storify, esclarece que o website não deve servir para a descentralização do jornalismo, mas para sua contribuição. “Qualquer pessoa pode ser repórter, mas nem todo mundo pode ser jornalista”, frisa Herman.

Marcelo Bloc, editor de conteúdo do portal
Verdes Mares, acredita que o Storify é uma boa
ferramenta para cobertura de eventos
específicos. (Foto: Arquivo pessoal)
Ainda no mercado jornalístico, o Storify também pode ser utilizado como ferramenta para cobertura de eventos específicos. É o caso, por exemplo, do portal Verdes Mares. “Utilizamos (o website) sempre que queremos repercutir algo relevante que está acontecendo ou acabou de acontecer”, pontua Marcelo Bloc, jornalista e editor de conteúdo do portal Verdes Mares.

Diferente de Carmela Ríos e But Herman, Marcelo Bloc tem opinião dividida sobre o Storify ser ou não um exemplo de jornalismo cidadão: “Funciona, pelo fato de trazermos para dentro de um conteúdo jornalístico, materiais e opiniões de pessoas não necessariamente ligadas ao jornalismo. No entanto, acho que pode fugir um pouco da definição de jornalismo cidadão quando pensamos que as citações e imagens postadas, muitas vezes acontecem sem a intenção do internauta que assim seja”, destaca Bloc.

Em comentário no Twitter, após ter utilizado o Storify para cobertura de um evento, o internauta Alexandre Gonçalves ressalta: “Storify é usado para narrativas pós-evento. Resultado é cobertura com múltiplas visões”.

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