Para Paulo Freire, a comunicação implica a
compreensão pelos sujeitos interlocutores do conteúdo sobre o qual ou o
propósito do qual se estabelece a relação comunicativa. Se confundirmos principio educativo com
deslocamento de sentidos, estabelecimento de mediações, e considerando que
essas mediações se ligam a valores culturais, nada melhor do que o Rádio, um
meio intrinsecamente relacionado a nossas matrizes culturais para dar conta
desse princípio educativo.
Assim, com a radio como ferramenta, a ong
Catavento presigue contribuir á compreensão do papel educativo da comunicação e
estender este direito as crianças, adolescentes e jovens do nordeste
brasileiro. Em 1995 nasceu Catavento Comunicação e Educação Ambiental que focalizou sua atuação na combinação de
dois princípios fundamentais: comunicação e educação como estratégia para o
desenvolvimento humano.
A atuação da ong estrutura-se em três
pontos essenciais:
1)
Articulação e mobilização,
agregando aos diferentes projetos que trabalham diretamente na mobilização de
atores sociais e formadores de opinião, na busqueda de mudança de
comportamentos que levem a uma melhoria na qualidade de vida da população
envolvida.
2)
Participação social, agregando
projetos que têm por objetivo contribuir para o desenvolvimento
humano-local-sustentável-integrado, por meio do fortalecimento da cidadania e
do protagonismo juvenil.
3)
Identidade cultural, agregando
os projetos que trabalham o fortalecimento das identidades culturais de grupos
e comunidades locais, a partir da troca de saberes, valorização e resgate da
memoria coletiva.
Desde o começo, o radio é reconhecido como
instrumento veicular da atividade da ong. No ano do nascimento, Catavento produz
um programa de educação ambiental pela radio da Universidade Federal do Ceara.
Mas foi no ano 2002 quando começou a trabalhar na temática crianças e
adolescentes com o projeto Competências Familiares em pareceria com Unicef.
Em meados da década 60 ganhava força o conceito com o que trabalha-se desde a organização e com o que
abrimos este artículo: “a escola paralela”. Esta ideia estabeleceu os meios de
comunicação como novo canal para o aprendizagem. Neste contexto, o autor Mario
Kaplún descreve o radio como um meio de comunicação estreitamente imbricado na
cultura dos países latino-americanos. De fato, desde a atividade da ong
observou-se que em cada município de atuação a presença de pelo menos um
estúdio de radio.
“Sintonia Infância”, “Segura essa Onda”, “Bom
Conselho a Gente Faz” são os nomes de alguns dos projetos que realizaram-se. As
hélices da ONG Catavento sempre foram movimentadas por ventos de boas ideais
que procuram novos caminhos criativos e que percebam as crianças e os
adolescentes como sujeitos em desenvolvimento providos de direitos e deveres.
Direito, por exemplo, a ser ouvido e comunicar além de participar no seu
entorno.
Para contribuir à consecução destes
direitos, a ong encontrou nas oficinas
dos diversos projetos e nos programas radiofônicos uma maneira de desenvolve-los
de forma interessante educativa. Assuntos como o acesso à escola, o castigo
corporal, direito a brincar, trabalho infantil, são alguns nos que trabalha a
ong com as crianças e adolescentes.
Um dos projetos destacados foi Segura Essa
Onda que promoveu a utilização de rádio escola como instrumento pedagógico. O
projeto realizou-se em diversas escolas de Fortaleza e do interior. A traves de
oficinas perseguiu-se a formação de estudantes e educadores em assuntos
relacionados a princípios éticos, direitos e técnicas radiofônicas.
Os origens medioambientais da ong não
quedaram no esquecimento, a Ong desenvolveu o projeto “Catadores de Sonhos: O
rádios Educativo na construção da Cidadania Ambiental” no qual utilizou-se a
radio-escola para promoves a educação
mediambiental entra a comunidade. Segundo Alessandra Oliveira, coordinadora do projeto, o Catadores de Sonhos pretendeu melhorar as condições de trabalho dos catadores, reduzindo os índices de trabalho infantil.
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